O site Vox publicou artigo interessante que apresenta nove maneiras de melhorar sua vida. Uma delas, recomendada por Whitney Goodman (psicoterapeuta e autor do livro Positividade tóxica: mantendo isso real em um mundo obcecado em ser feliz), reforça a proposta de utilizar uma lista de tarefas para organizar nossas vidas. Segue sua recomendação: “O truque simples que transformou minha vida é colocar absolutamente tudo o que quero fazer para mim, minha família e meu trabalho em uma lista digital de tarefas que posso marcar todos os dias. Parece tão simples, mas algo sobre ver essas pequenas tarefas e checá-las diariamente permitiu que isso se tornasse um padrão permanente para mim. Eu recomendo que as pessoas comecem a fazer isso com uma pequena tarefa e aos poucos desenvolvam competência antes de adicionar mais. Toda vez que você marca, sente a pressa de ter concluído uma tarefa e está construindo um hábito consistente.”
Autor: Eugenio
Efeito Zeigarnik
Lembramos mais das tarefas pendentes do que daquelas que concluímos! Verdade. É uma forma de praticarmos o sentimento de culpa. Estamos sempre preocupados com o que falta fazer. Esquecemos ou não valorizamos tudo o que fizemos. É um viés de avaliação negativa. É explicado pelo efeito Zeigarnik. Resumindo: sofremos por não terminar o que começamos. Não gostamos de interromper atividades no meio.
Um aplicativo de gerenciamento de tarefas aplaca nosso sofrimento. Controla o que estamos por fazer e registra o que fizemos. Podemos ver as tarefas que concluímos. É mais um benefício do app Minhas Tarefas.
Não vá com muita sede ao pote
Um fator importante para seu sucesso é o ritmo de realização das tarefas que você se determina a fazer. Vejam o exemplo antológico citado no livro Return of Ambition, de Nicolai Chen Nielsen e Nicolai Tillisch: O aluno pergunta a seu mestre Zen quanto tempo vai demorar para ele atingir a iluminação. O mestre Zen responde: – “Dez anos.“ O aluno replica: “Mas se eu trabalhar o dobro e meditar o dobro do tempo?” O mestre responde: “Vinte anos”. Explica tudo! A ideia é não tentarmos fazer mais do que conseguimos administrar. Por mais concentrados que estejamos nos resultados, você não precisa fazer tudo, em todas as frentes, para ser bem-sucedido.
Recaímos ao desafio maior de selecionar e dar prioridade aos itens de sua lista de objetivos. Não devemos ir com muita sede ao pote da vida. Devemos especificar bem nossos objetivos e traçar o plano para atingi-los. Não nos deixemos levar por falsas expectativas. O dimensionamento dos objetivos deve se ater às nossas capacidades e limitações físicas. Não podemos dizer que seja total sucesso ficar milionário e, junto, ganhar de brinde um problema no coração e a desestruturação da família. Se houver muita empolgação e ambição, as exigências exageradas auto impostas prejudicarão o resultado final. Cabe o lembrete: o indicador dominante não é dinheiro, fama e assemelhados. É a tal felicidade.
Trabalhar com uma lista de tarefas explicita o que você pretende fazer. Tem coisas rotineiras como pagar a conta de luz ou renovar a carteira de motorista. Mas o exercício de identificar e analisar pode e deve ser estendido para pensar nas tarefas e atividades que vão compor o plano para engrandecê-lo como pessoa e como profissional. Aí está a grande arte.
Deixemos um comentário de Montaigne para reflexão: “Erra igualmente o arqueiro que ultrapassar o alvo quanto aquele que não o alcança.”
Não faça hoje o que puder deixar para amanhã
Fique tranquilo (ou tranquila), eu não me enganei no título. É isso mesmo. O conhecimento trazido aqui é uma prática maravilhosa, que produziu grandes conquistas da humanidade. Em tempos mais recentes, enganados por ditados tão atraentes como maléficos, fomos levados numa insana aceleração da vida, guiados pela ânsia de cumprir tarefas as soon as possible, num modelo de existência que retira toda beleza do produtivo ócio. Lemas como “tempo é dinheiro” ou “get things done” retiraram dos humanos o livre arbítrio de postergar tudo que for possível. Com a disseminação do culto à velocidade, a preguiça construtiva e a boa prática do adiamento foram estigmatizados. A arte de procrastinar passou a ser referida de modo pejorativo. Jogar para amanhã tornou-se um pecado.
Convido vocês a praticarem a postergação responsável. Quero dizer, se não há um forte motivo para você realizar alguma tarefa, jogue-a para amanhã. Essa arte perdida pode nos trazer a felicidade. O app Minhas Tarefas permite que você procrastine à vontade. Mas sem jogar no lixo aquilo que precisa ser feito… mesmo que seja num dia lá na frente.